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Raul Seixas




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Raul Seixas Album


Mata Virgem (1978)
1978
1.
2.
3.
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5.
6.
7.
8.
9.
10.
. . .


Ei quem é você?
Ei quem é você?
Vamos responda
Quem é você?

Eu sou Judas
Parte de um plano secreto
Amigo fiel de Jesus
Eu fui escolhido por ele
Para pregá-lo na cruz

Cristo morreu com um homem
Um mártir da salvação
Deixando prá mim seu amigo
O sinal da traição

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina
Olhando os simples mortais
Das alturas
fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Se eu não o tivesse traído
Morreria cercado de luz
E o mundo hoje então não teria
A marca sagrada da Cruz

E para provar que me amava
Pediu outro gesto de amor
Pediu que o traísse com um beijo
Que o meu rosto então marcou

. . .


Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?

Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram futuro
Dos loucos que escrevem no muro
Das teias, do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto
A chama da guerra acesa
A fome sentada na mesa
O copo com álcool no bar
O anjo surgindo no mar
Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolos do apocalipse
Os séculos de Nostradamus
A fuga geral dos ciganos
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia

Um gosto azedo na boca
A moça que sonha, a louca
O homem que quer mas se esquece
O mundo dá ou que desce
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Sem fogo, sem sangue, sem áis
O mundo dos nossos ancestrais
Acaba sem guerra mortais
Sem glórias de mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido

Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolos do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus

Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia

Um dia . . .
Sim, sim, sim . . .

. . .


É o conto do sábio Chinês!

Andei durante dez anos
Fazendo planos para falar
Com seres vindo do espaço
Com a resposta para me dar
Porém, quando estava pronto para o contato
Minha pequena me disse:
„Você vai ver tudo no cinema!“

E aonde está a vida?
Aonde está a experiência?
Já te entregam tudo pronto
Sempre em nome da ciência
Sempre em troca da vivência
E aonde tá a vida?
E a minha independência?

Depois de muita espera quem
Eu queria quis me encontrar
Tomei um banho descente
Escovei meus dentes para lhe beijar
Guardei lugar no motel pra lua de mel
Que eu sempre esperei
Porém na hora H eu não levantei

Tá na hora do trabalho
Tá na hora de ir para casa
Tá na hora da esposa
E enquanto eu vou pra frente
Toda minha vida atrasa
Eu tenho muita paciência (-ência)
Mas a minha independência
(Aonde que tá?)

Durante a vida inteira
Eu trabalhei pra me aposentar
Paguei seguro de vida
Para morrer sem me aporrinhar
Depois de tanto esforço
Patrão me deu caneta de ouro
Dizendo enfia no bolso e vá se virar

Tá na hora da velhice
Tá na hora de deitar
Tá na hora da cadeira de balanço
Do pijama, do remédio pra tomar
Oh! Divina providência (-ência)
E a minha independência

Ah! E minha vida
E minha vida!
Onde é que está?
Onde é?

. . .


Deus, eu passo os sete dias úteis
Traçando nove dias fúteis
Fazendo planos de papel
Em quartos cinzas de aluguel
E eu vou dormir
Entre as paredes do hotel do sossego
Meu amor

Sim, no contracanto do meu leito
Guardo um punhal cravado ao peito
Tingindo a cama e o lençol
Por uma fresta me invade o sol
E eu vou deitar
Entre as palmeiras desenhadas nos jornais
Meu amor

Ah, mas que você espera de mim?
Que o consumado eu vá repetir, não

Sim, o que me importa nesse instante
É esse não importar constante
É esse sorriso que eu guardei
Nessa gaveta a qual eu fechei
Pra eu dormir
Com a cabeça~no lugar eu deixei
Meu amor

. . .


Conserve seu medo
Mantenha ele aceso
Se você não teme
Se você não ama
Vai acabar cedo

Esteja atento
Ao rumo da história
Mantenha em segredo
Mas mantenha viva
Sua paranóia

Conserve seu medo
Mas sempre ficando
Sem medo de nada
Porque nessa vida
De qualquer maneira
Não se leva nada

Ande pra frente
Olhando pro lado
Se entregue a quem ama
Na rua ou na cama
Mas tenha cuidado

Conserve seu medo
Mas sempre ficando
Sem medo de nada
Porque dessa vida
De qualquer maneira
Não se leva nada

E ande pra frente
Olhando pro lado
Se entregue a quem ama
Na rua ou na cama
Mas tenha cuidado

Cuidado! Ah! Ah!
Muito!

. . .


O negócio é, chupar o caroço da fruta do cacau
O negócio é, subir no coqueiro e do alto ver o mar
O negócio é, fazer plantação pra depois poder colher
O negócio é, criar uma vaca e ter leite pra beber
O negócio é, é saber que o mar não tá pra peixe e sair pra pescar
O negócio é, dormir sem medo do outro dia que já vai chegar
Que pra passar a noite na colcheira
Tem que ter o mesmo cheiro do cavalo pra não incomodar

Mas o negócio é, é tomar uma cana pro frio não me pegar
O negócio é, fazer um telhado pras águas não molhar
O negócio é, fubá no almoço e farinha no jantar
O negócio é, tocar a sanfona pra nêga rebolar
O negócio é, saber que o mar não tá pra peixe e sair pra pescar
O negócio é, dormir sem medo do outro dia que já vai chegar
Que pra passar a noite na colcheira
Tem que ter o mesmo cheiro do cavalo pra não incomodar

O mais o negócio é
O negócio é
O negócio é
O negócio é . . .

. . .


Você é um pé de planta
Que só dá no interior
No interior da mata
Coração do meu amor
Você é roubar manga
Com os moleques no quintal
É manga rosa, espada
Guardiã no matagal
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor

. . .


Eu quero é ver você sorrir
Às quatro e meia da manhã
Com a cara linda de dormir
Se espreguiçando no divã
Olhando prá mim
Sem ter ponta de cigarro no cinzeiro
Fugindo de mim
Disfarçando e se escondendo no banheiro

Eu quero é ver
Eu quero é ver
Eu quero é ver
Eu quero é ver você pedir
Querendo mais quando acabar
Eu quero é ver você sentir
Vontade de me machucar
Dizendo que sim
Que eu faço e aconteço o dia inteiro
Em pé prá assumir
Eu e tu fazendo yoga no chuveiro

Eu quero é ver
Eu quero é ver
Eu quero é ver

. . .


Me fascina tua morte mal morrida
E a tua luta pra ficar em tal estado
O teu beijo, tão fatal, nunca me assusta
Pois existe um fim pelo sangue derramado

Me fascinam teus olhos quando brilham
Pouco antes de escolher quem te seduz
E me fascinam os teus medos absurdos
A estaca, o alho, o fogo, o sol, a cruz

Me fascina a tua força, muito embora
Não consiga resistir à frágil aurora
E tua capa, de uma escuridão sem mácula

Me fascinam os teus dentes assustadores
E teus séculos de lendas e de horrores
E a nobreza do teu nome, Conde Drácula

. . .


Não me pergunte por que
Quem - Como - Onde - Qual - Quando - O Que?
Deus, Buda, o tudo, o nada, o ocaso, o cosmo
Como o cosmonauta busca o nada, o nada
Seja lá o que for, já é

Não me obrigue a comer
O seu escreveu não leu
Papai mordeu a cabeça
Do Dr. Sigismundo
Porque sem querer cantou de galo
Cada cabeça é um mundo Gismundo
Antes de ler o livro que o guru lhe deu
Você tem que escrever o seu

Chega um ponto que eu sinto
Que eu pressinto
Lá dentro, não do corpo
Mas lá dentro-fora
No coração e no sol
No meu peito eu sinto
Na estrela, na testa
Eu farejo em todo o universo
Que eu estou vivo
Que eu estou vivo, vivo, vivo
Vivo como uma rocha
E eu não pergunto
Hoje sei que a vida
Não é uma resposta
E se eu aconteço
Se deve ao fato
De eu simplesmente ser
Se deve ao fato
De eu simplesmente ser

Mas todo mundo explica
Explica Freud, o padre explica
Krishnamurti tá vendendo
A explicação na livraria
Que lhe faz a prestação
Que tem Platão que explica
Que explica tudo tão bem vai lá
Que todo mundo explica
Protestante
O auto-falante
O Zen-Budismo
Brahma, Skol
Capitalismo oculta um cofre
De fá, fé, fi, finalismo
Hare Krishna, e dando a dica
Enquanto aquele papagaio
Curupaca e implica
Com o carimbo positivo da ciência
Que aprova e classifica

O que é que a ciência tem?
Tem lápis de calcular
Que é mais que a ciência tem?
Borracha prá depois apagar
Você já foi ao espelho, nêgo?
Não?
Então vá!

. . .


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