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Gilberto Gil




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Gilberto Gil Album


Refavela (1977)
1977
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
. . .


AIaiá, kiriê
Kiriê, iaiá

A refavela
Revela aquela
Que desce o morro e vem transar
O ambiente
Efervescente
De uma cidade a cintilar

A refavela
Revela o salto
Que o preto pobre tenta dar
Quando se arranca
Do seu barraco
Prum bloco do BNH

A refavela, a refavela, ó
Como é tão bela, como é tão bela, ó

A refavela
Revela a escola
De samba paradoxal
Brasileirinho
Pelo sotaque
Mas de língua internacional

A refavela
Revela o passo
Com que caminha a geração
Do black jovem
Do black-Rio
Da nova dança no salão

Iaiá, kiriê
Kiriê, iaiá

A refavela
Revela o choque
Entre a favela-inferno e o céu
Baby-blue-rock
Sobre a cabeça
De um povo-chocolate-e-mel

A refavela
Revela o sonho
De minha alma, meu coração
De minha gente
Minha semente
Preta Maria, Zé, João

A refavela, a refavela, ó
Como é tão bela, como é tão bela, ó

A refavela
Alegoria
Elegia, alegria e dor
Rico brinquedo
De samba-enredo
Sobre medo, segredo e amor

A refavela
Batuque puro
De samba duro de marfim
Marfim da costa
De uma Nigéria
Miséria, roupa de cetim

Iaiá, kiriê
Kiriê, iáiá

. . .


Oh oh oh oh oh
Oh oh oh oh oh
Oh oh oh oh Soul Power
Oh oh oh oh Soul Power
Oh oh oh oh
Essa história começa mais ou menos assim:

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você)
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você)

Somo crioulo doido somo bem legal
Temos cabelo duro somo black power
Somo crioulo doido somo bem legal
Temos cabelo duro somo black power

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)

Branco, se você soubesse o valor que o preto tem
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também
E não te ensino a minha malandragem
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Quem dá luz a cego é bengala branca em Santa Luzia

Meu Deus

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)

Vai!

Oh oh oh oh
Oh oh oh oh
Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh
Oh Oh

Essa história se resolve a bateria e voz

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)

Somo crioulo doido somo bem legal
Temos cabelo duro somo black power
Somo crioulo doido somo bem legal
Temos cabelo duro somo black power

Branco, se você soubesse o valor que o preto tem
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também
E não te ensino a minha malandragem
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Porque?
Em Santa Luzia aiai Meu Deus

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você)

Oh oh oh oh
Oh oh oh oh
Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh
Oh Oh

. . .


O melhor lugar do mundo é aqui
E agora bis
Aqui onde indefinido
Agora que é quase quando
Quando ser leve ou pesado
Deixa de fazer sentido
Aqui de onde o olho mira
Agora que ouvido escuta
O tempo que a voz não fala
Mas que o coração tributa
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora bis
Aqui onde a cor é clara
Agora que é tudo escuro
Viver em Guadalajara
Dentro de um figo maduro
Aqui longe em nova deli
Agora sete, oito ou nove
Sentir é questão de pele
Amor é tudo que move
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora bis
Aqui perto passa um rio
Agora eu vi um lagarto
Morrer deve ser tão frio
Quanto na hora do parto
Aqui fora de perigo
Agora dentro de instantes
Depois de tudo que eu digo
Muito embora muito antes
O melhor lugar do mundo é aqui

. . .


Logo cedo, pé na estrada
Pra não ter porém
Pra não ter noite passada
Pra não ter ninguém
Atrás
Mais ninguém
Vou pra quem
Vai me ver noutra cidade
No norte da saudade
Que eu vou ver meu bem
Meu bem, meu bem
Vai me ver noutra cidade
No norte da saudade
Que eu vou ver meu bem
Meu bem, meu bem

. . .


Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju

O filho perguntou pro pai:
"Onde é que tá o meu avô
O meu avô, onde é que tá?"

O pai perguntou pro avô:
"Onde é que tá meu bisavô
Meu bisavô, onde é que tá?"

Avô perguntou bisavô:
"Onde é que tá tataravô
Tataravô, onde é que tá?"

Tataravô, bisavô, avô
Pai Xangô, Aganju
Viva egum, babá Alapalá!

Aganju, Xangô
Alapalá, Alapalá, Alapalá
Xangô, Aganju

Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado alado, asas do anjo Aganju
Alapalá, egum, espírito elevado ao céu
Machado astral, ancestral do metal
Do ferro natural
Do corpo preservado
Embalsamado em bálsamo sagrado
Corpo eterno e nobre de um rei nagô
Xangô

. . .


Maria Aparecida porque apareceu na vida
Maria Sebastiana porque Deus fez tão bonita
Maria de Lurdes, porque me pediu uma canção pra ela
Carmensita sussurrou seja benvindo no meu ouvido
Na primeira noite quando nós chegamos no hospício
E Lair, Lair porque quis me ver e foi lá no hospício
Salete fez chafé que é um chá de café que eu gosto
E naquela semana tomar chafé foi um vício
Andréia na estréia, no segundo dia, meus laços de fita
Cíntia porque embora choque Rosa é cor bonita
E Ana porque parece uma cigana da ilha
Dulcina porque é santa, é uma santa e me beijou na boca
Azul porque azul é cor e cor é fé menina
Eu sou tão inseguro porque o muro é muito alto
E pra dar um salto me amarro na torre no alto da montanha

Amarradão na torre dá pra ir por mundo inteiro
E onde quer que eu vá no mundo eu vejo a minha torre
É só balançar que a corda me leva de volta pra ela

. . .


Eparrê
Aroeira beira de mar
Canôa Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

. . .


Falam tanto numa nova era
Quase esquecem do eterno é
Só você poder me ouvir agora
Já significa que dá pé

Novo tempo sempre se inaugura
A cada instante que você viver
O que foi já era, e não há era
Por mais nova que possa trazer de volta
O tempo que você perdeu, perdeu, não volta
Embora o mundo, o mundo, dê tanta volta
Embora olhar o mundo cause tanto medo
Ou talvez tanta revolta

A verdade sempre está na hora
Embora você pense que não é
Como seu cabelo cresce agora
Sem que você possa perceber
Os cabelos da eternidade
São mais longos que os tempos de agora
São mais longos que os tempos de outrora
São mais longos que os tempos da era nova
Da nova, nova, nova, nova, nova era
Da era, era, era, era, era nova
Da nova, nova, nova, nova, nova era
Da era, era, era, era, era nova
Que sempre esteve e está pra nascer

Falam tanto

. . .


Isso que toca bem, bem
Isso que toca bem, bem
Chama-se balafon
Em cada lugar tem
O nome deve ser outro qualquer
No Camerum

Isso que a gente chama marimba
Tem na África todo mesmo som
Isso que toca bem, bem
Num lugar, não lembro bem
Chama-se balafon

Marim-bajé
Iré-xiré
Balafonjá
Orim-axé

. . .


Onde vai, papai ojô
Vou depressa por aí
Vou fazer minha folia

Com os filhos de Gandhi
A nossa turma

É alinhada
Sai do meu bloco
Pra fazer a patuscada

É mori, moriô, babá
Babá, ô, kiloxê, jocô

. . .


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